segunda-feira, 16 de julho de 2007

Festa junina: um momento de magia

Toninho Evangelista – vereador pelo PT

Não há quem não se contagie com a alegria das festas juninas. Muita dança e brincadeiras, regadas à comidas típicas e bebidas como o quentão e o ponche à brasileira. Passar o mês de junho sem "pipocar" nestas animadas festividades, é deixar de viver momentos felizes de pura descontração.
As festas juninas têm o poder mágico de reavivar velhas tradições, reforçar nossos laços de origem e recriar a caminhada de nossos antepassados. Essas festas, no entanto, ultrapassam as fronteiras do Brasil, na medida em que tiveram suas origens há tempos e quilômetros de distância dos dias atuais.

Segundo pesquisa realizada pelo jornalista Romualdo da Cruz, a etimologia da palavra “junina” vem de Juno, deusa da fertilidade, cultuada pelos grego-romanos na antiguidade. Juno era esposa e irmã de Júpiter e as mulheres buscavam sua proteção por intermédio de rituais sagrados em torno de uma fogueira (acesa para anunciar o solstício de verão, dia mais longo do ano no hemisfério norte) para que a colheita fosse um sucesso, os casamentos fortalecessem as relações entre os casais, a gravidez se desenvolvesse sem problemas e os filhos povoassem o mundo com saúde.

Em decorrência desta comemoração, a festa com fogueira no solstício de verão, dia 24 de junho, foi incorporada ao calendário católico por volta do sexto século e atribuída ao dia de São João. Já São Pedro e Santo Antônio, por sua vez, conquistaram datas comemorativas oficiais no mesmo mês, entre os portugueses, somente no século 14.

Ao chegarem ao Brasil, logo após o descobrimento, os elementos simbólicos dessas manifestações foram agregados aos elementos das demais culturas existentes no país. Dos escravos vieram às roupas de chita, usadas em festas - com saias rodadas. Com eles aprendemos também o gosto pelo batuque e por umas flautas feitas de "taquara", madeira muito encontrada nas matas de Pernambuco. E dos índios herdamos os utensílios usados nas mesas - panela de barro, urupema, pilão, cuia, cabaça.
A festa junina tem, ainda, o poder de agregar a cidade e o campo, em que a figura do “caipira” nos faz retornar a uma realidade típica desta fusão de raça e cultura de nosso país.
E, sem dúvida, é a junção de todos esses elementos e culturas que fazem dessa festa única, diferente de todas as outras. É durante as festas do mês de junho, sobretudo, que nos confraternizamos com grupos de amigos, amigas e vizinhos para celebrar. Neste período, mais do que em outros, as pessoas se organizam para a confecção das bandeirinhas, compartilham os pratos tipos para, juntas, manter viv o espírito de comunidade e diversidade.
Se você ainda não teve oportunidade de participar de nenhuma festa junina este ano, que tal organizar uma em sua rua ou no trabalho? Não deixe de celebrar este momento de magia. Boa festança!

Artigo Publicado no dia 27/06/2007 Pelo Jornal Página Popular

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