terça-feira, 31 de julho de 2012

Juntos somos fortes!



Com a certeza que Política se faz caminhando, convido você a caminhar comigo. Somos homens e mulheres que acreditam e juntos podemos manter viva a utopia de que um outro mundo é possível, neste mundo seremos fortes, porque haverá partilha do pão e do poder, logo não reinará a fome e outros medos que nos envolvem neste momento de nossa história.

O modelo capitalista que impera no mundo não assume a defesa humana como condição sublime de nossa missão. O capitalismo descarta a vida para garantir o mercado, com isso pensamos na lógica mercantil se esquecendo dos apelos do criador, grande oleiro que nos presenteou com o barro/argila e espera que sejamos tão perfeitos quanto Ele e que mantenhamos o equilíbrio e harmonia do meio ambiente.

 Acreditem! Do medo ao barro, foi se consolidando a minha caminhada na Política, um longo processo que fiz até aqui, primeiro com minha família e ela me conduziu aos lugares que eu poderia encontrar Deus. Foram tantos lugares, inclusive na Política. Lembro-me dos primeiros, com a implantação das CBEs (Comunidades Eclesiais de Base) na diocese de Umuarama/PR. Naquele momento cantávamos: 

“Fica sempre, um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas. Dai um pouco do que tem a quem tem menos ainda, enriquece o doador e faz sua alma ainda mais linda (...)”.

Era década de 80, aflorava em todo país um desejo de mudança, recalcado por longas décadas de sofrimento, e o capitalismo entre outras coisas provocava o êxodo rural. As famílias migravam para os grandes centros e a juventude alimentava seu sonho embalada na melodia de Geraldo Vandré “Para não dizer que não falei das flores”.

 Surgiu a PJ (Pastoral da Juventude), eu era adolescente e morava na zona rural na região noroeste do Estado do Paraná. Ao completar 15 anos fui participar da PJ. Nesta região, como em outras do Brasil os Jovens migravam para os grandes centros na busca por melhora, pois o sistema propiciava pensar que não tínhamos valor morando na roça. Neste período junto com as CEBs passamos a cantar assim: “Não é preciso ser filho de doutor, jovens da roça também tem valor” ou “A juventude é uma semente, que Deus na terra semeou, tornou-se flor tornou-se gente e o mundo nunca mais parou”.

Neste espírito celebramos 1985, “Ano Internacional da Juventude”, no embalo pelas “Diretas  e depois pelo processo Constituinte que mobilizou todo Brasil, começamos a realizar eventos para enviarmos nossos representantes à Brasília para, participarem das manifestações em defesa das Políticas Públicas. Me orgulho disso! Mas, muitas vezes tínhamos que recuar, pois também vivíamos a Era do cassetete.

As formas de repressão eram as mais diversas e por causa de meu posicionamento Político, fui “convidado a se retirar do trabalho” e por temer outras consequências em agosto de 1988 migrei para Campinas e no ano seguinte para o Jardim Amanda em Hortolândia, onde resido até hoje.

O “mundo” que não era capaz de defender Politicas Públicas para a juventude, na década de 90 se justificou afirmando que a juventude dos anos 70 e 80 foi uma juventude “depravada”, e em 2000 chamou os jovens dos anos 90 de “geração coca cola”. (reflita sobre isso).

Percebi que não poderia deixar de clamar pela defesa dos direitos das pessoas e pela implantação de Políticas Públicas. Muitas vezes, quis me calar, mas clamei e acreditei! Esse nó, que chamamos de Política Pública, ainda está na minha garganta, porém aprendi que é um processo, e que a Política ainda é a possibilidade de um grito que ainda precisa ser dado.

Sonho e convido você a vir gritar comigo por Políticas Públicas emancipatórias e por uma sociedade em que reine a justiça social.

Na experiência com Deus, aprendi que a Fé é pessoal e nos relatos Bíblicos que Deus é Espirito, portanto, sopra onde quer: embora o homem, às vezes pensa que pode mudar esta possibilidade, e soprar em outra direção.

Por minha Fé, reconheço que o homem não muda Deus, mas Deus também não muda o homem se esse não estiver convencido que sua missão é mudar o mundo e para mudar o mundo ele deve reconhecer o rosto de Deus estampado nas diversas faces humanas, em algumas delas já desfigurado.

Senhor! Que eu tenha coragem de assumir e defender os muitos rostos desfigurados, de ser oleiro em seu projeto fazendo da Política um caminho para a Paz, com ética e responsabilidade social.

 Esta não é uma missão fácil, mas possível se estivermos juntos. Vocês são testemunhas do desenvolvimento de nossa cidade, pois neste final e início de século travamos lutas pela falta de água, pelo “asfalta já”, por políticas públicas de assistência, ou seja, da vergonha ao orgulho de dizer “eu sou de Hortolândia!” É esta a experiência de Deus que estou fazendo desde 1989 quando a comunidade do Jardim Amanda me acolheu.

Neste ano, vamos fazer mais uma escolha, nela definir a continuidade ou não de um projeto, portanto, pensem na Hortolândia dos muitos rostos e também no legado que você quer deixar aos filhos e filhas dessa cidade.


Eu sou parte de um projeto que vocês conhecem. Desde 2005 faço parte do governo de Ângelo Perugini, e tive a oportunidade de atuar em diversas instâncias sendo a última delas, como chefe de Gabinete. Este projeto representa um grande avanço, mas há muito ainda por fazer, por isso é “Hortolândia daqui para melhor”, porque “Juntos somos fortes”.

Peço e conto com seu voto

 Abraço Fraterno

 Toninho Evangelista - 13120 - Vereador

Meira - Prefeito 13 e Renata Belufe - Vice


quarta-feira, 18 de julho de 2012

E os 292 monumentos dos mortos no trânsito?

      Deveríamos inaugurar hoje outras 292 praças além da Praça Memorial 17 de Julho, que homenageia os 199 mortos vítimas do voo TAM JJ 3054, que explodiu há exatamente cinco anos em frente a pista do aeroporto de Congonhas.
      Se cada grupo de 199 mortos no trânsito tivesse uma homenagem semelhante não haveria espaço nas cidades para a construção de tantos monumentos.
      O acidente com o avião da TAM comoveu a cidade, o País, foi notícia em todo o mundo e deu sequência a manifestações de toda ordem, algumas delas pra lá de oportunistas, como a do apresentador João Dória Júnior que, junto com o presidente da agência África Sérgio Gordilho, de representantes da Fiesp e de LuizFlávio BorgesD’Urso, presidente da OAB-SP (hoje candidato a vice-prefeito) criou o movimento vulgo “Cansei”, classificado pelo presidente da OAB-RJ como “golpismo da elite paulista”. Eles usaram o acidente como pano de fundo para criticar o governo e o “caos aéreo” brasileiro.
      O acidente forneceu as manchetes de grandes jornais durante semanas, todos os aspectos do episódio foram destrinchados, culpados foram apontados, as discussões se acaloraram.
     Mas as mortes dos outros 58.134 brasileiros no ano passado, em consequência de acidentes de trânsito, não chocaram a opinião pública. Não mereceram manchetes de jornais, nem homenagens das cidades, nem fomentaram oportunismos políticos.
     O médico Dirceu Rodrigues Alves, da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, lembra que também os mortos no trânsito são homenageados com monumentos. Mais simplórios, mas não menos significativos: são as cruzes colocadas na beira das estradas de todo o País. O problema – ele acha – é que as mortes no trânsito são isoladas e dispersas, por isso chocam menos e não são notícia.
“A morte no trânsito é rotina. Os acidentes ocorrem a toda hora e em todos os lugares. Já um desastre de avião repercute porque vitima muita gente de uma só vez e no mesmo lugar”, concluiu.
     O Dr. Dirceu não acha que por trás da diferença da repercussão entre um acidente de avião e um de carro esteja a questão social. “Não acredito, pois os carrões mais caros, mais potentes, são os mais predispostos a provocarem acidentes”.
     Discordo dele, porque a maioria das mortes no trânsito é de gente pobre. E quando um rico é envolvido em acidente, vira notícia.
     Dados do DPVAT, responsável pelo pagamento do seguro obrigatório, revelam que quem morre mais no trânsito são motociclistas e pedestres.
     Embora representem apenas 27% do total dos veículos em circulação no Brasil, as motos foram responsáveis por 56% do valor total das indenizações pagas em 2011 e mais de 65% da quantidade de vítimas indenizadas. Foram 21.572 indenizações por morte em acidentes envolvendo esse tipo de veículo.
      De hoje em diante, quem passarem frente a Praça 17 de Julho, na avenida Washington Luiz, vai lembrar dos 199 mortos no acidente do vôo JJ 3054. Uma justa homenagem. Lembremos também que a cada dois dias a mesma quantidade de pessoas morre em acidentes nas ruas e estradas brasileiras.
texto de Joel Leite, 18/07/2012