sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sociedade pede urgência em todas as ações que envolvam direitos dos povos indígenas

Carta a Dilma e aos presidentes do STF, do Senado e da Câmara conclama os três poderes a priorizar as questões dos povos indígenas e repudia a PEC 215.
São Paulo, 13 de junho de 2012 - Manifesto assinado por nomes de peso no cenário nacional e internacional e várias instituições e associações indígenas pedem políticas públicas para os povos indígenas, efetividade nas demarcações de suas terras, julgamento urgente das causas indígenas e rejeição à PEC 215.
          O documento marca o lançamento da campanha â Eu apoio a causa indígena, que já recebeu a adesão de personalidades como Antonio Candido, Marilena Chauí, Noam Chomsky, Boaventura de Souza Santos, Eduardo Galeano, Dalmo Dallari, Fabio K. Comparato, Zé Celso, Letícia Sabatela, Wagner Moura, Frei Beto, entre outros.
           A Campanha será lançada pela Associação Juízes para a Democracia (AJD) e pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), hoje, dia 13 de junho, às 10h00, na sede da CNBB, em Brasília e a carta será entregue à presidente da República, Dilma Rousseff, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Brito, e aos presidentes do Senado e da Câmara de Deputados, que receberão semanalmente as assinaturas colhidas.
           Ao denunciar o quadro de violência e espoliação dos povos indígenas, o texto aponta diversos descasos do poder público: As terras não são demarcadas com a presteza fincada na Constituição Federal; obras públicas são realizadas sem qualquer diálogo com as comunidades afetadas, descumprindo a necessidade de consulta e participação; órgãos oficiais permanecem vulneráveis às pressões dos poderes econômicos e políticos locais e/ou com estrutura precária.
          A falta de delimitação e demarcação dos territórios tradicionais, diz a carta, aguça os conflitos que se retroalimentam da inoperância do Poder Judiciário. Por isso, do STF, cobra-se o cumprimento das normas: A garantia de duração razoável do processo, direito humano previsto no artigo 5º, inciso LXXVIII, da CF, no tema das demarcações, é reforçada pelo marco temporal fixado para a União. Estas normas estão a exigir que o Poder Judiciário dê prioridade a estes processos. Clamamos ao STF que faça cessar o sofrimento do povo indígena. Somente desta forma haverá paz e será construída nova etapa da história brasileira, no qual a primazia da dignidade humana estará presente em sua integralidade, sob a luz da alteridade estabelecida na CF.
         Os signatários da carta, que está disponível na internet e aberta para adesões, conclamam aos integrantes do Congresso Nacional para que cumpram a missão constitucional sobre o primado da submissão às cláusulas pétreas, razão pela qual rejeitam a PEC 215, projeto que consideram um atentado contra o protagonismo dos povos indígenas no processo constituinte brasileiro. A imperativo que o Congresso Nacional resguarde o direito de consulta prévia que os povos indígenas têm em relação a todas as propostas legislativas suscetíveis de afetá-los, diz a carta.
No site oficial da campanha, veja a íntegra da carta, a relação de signatários e acesse o sistema para adesões online. www.causaindigena.org

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